Na notícia de hoje:
🇧🇷 Ibovespa respira (por aparelhos): A bolsa brasileira sobe 0,52% após o tombo de sexta-feira, com o mercado digerindo o recuo tático de Flávio Bolsonaro.
🍿 Novela de Hollywood: Paramount lança oferta hostil pela Warner Bros. Discovery, tentando furar o olho da Netflix com dinheiro vivo.
🌍 Um gringo otimista: Bernard Mensah, do Bank of America, diz que o Brasil tem a faca e o queijo na mão para o próximo ciclo global.
🚀 Bitcoin nas nuvens: Criptomoeda supera US$ 91 mil esperando o Fed e com mais compras da Strategy.
🇺🇸 Tio Sam azedo: Bolsas de Nova York caem com o rendimento dos Treasuries subindo; investidores recalibram apostas de juros.
🦄 Unicórnio australiano: Fintech Airwallex levanta US$ 330 milhões e reforça a aposta no mercado brasileiro.
🚨 Luz vermelha na CVM: Xerife do mercado retoma investigações sobre suposta manipulação nas ações da Ambipar, que viraram pó.
Bom dia, meus amigos! Como diria um bom carioca observando o mar de Copacabana em dia de ressaca, o susto passou, mas a bandeira continua vermelha: depois da sexta-feira de pânico que fez o mercado perder mais de 7.000 pontos com o medo político, a segunda-feira trouxe um alívio modesto, com o Ibovespa ensaiando uma alta tímida que mais parece a promessa de dieta que começa e termina na segunda-feira. O motivo dessa recuperação cautelosa é o aparente esfriamento da "pré-candidatura" que assustou a todos, mostrando que, em Brasília, o que parece um susto pode virar apenas moeda de troca. No cenário internacional, o humor não ajuda, com os Estados Unidos enfrentando a tensão dos juros que não cedem e puxando as bolsas para baixo, mas nem tudo é sombra: o Brasil recebe elogios de executivos globais, e o Bitcoin continua provando que o céu é o limite. Pegue seu café, acomode-se na cadeira e vamos entender, ponto a ponto, o que está mexendo com o seu bolso hoje.
Política
1. Ibovespa e o "Samba do Político Doido" 📉💃
Vamos começar pelo nosso quintal. Se você abriu o aplicativo da sua corretora na sexta-feira passada, provavelmente teve uma leve taquicardia. O Ibovespa (que é a média das principais ações do Brasil) tinha caído mais de 4%. O motivo? Política. O senador Flávio Bolsonaro havia sinalizado uma pré-candidatura que o mercado interpretou como sinal de instabilidade e polarização extrema.

Mas, como dizem, o Brasil não é para amadores. Durante o fim de semana, o tom mudou. Declarações indicaram que essa candidatura poderia ser mais uma estratégia de negociação — uma "moeda de troca" pela anistia política do pai, Jair Bolsonaro — do que uma campanha real para 2026.
O que aconteceu ontem (segunda-feira)? O mercado respirou. O Ibovespa fechou em alta de 0,52%, aos 158.187 pontos.
Para entender: Isso se chama "Correção Técnica". Depois de cair muito por pânico, os investidores percebem que talvez tenham exagerado na venda e voltam a comprar, aproveitando os preços baixos. É como comprar roupa de frio no verão do Rio: você sabe que vai usar, e está barato.
Destaques importantes:
Quem ajudou: O Banco do Brasil (BBAS3) subiu 2,08%. O banco tinha perdido R$ 9,2 bilhões em valor de mercado na sexta e ontem recuperou uns R$ 2,5 bilhões. É dinheiro pra chuchu.
Quem atrapalhou: A Vale (VALE3) caiu 0,68%. Quando a Vale cai, ela puxa o índice para baixo porque ela tem um peso enorme na bolsa (como aquele amigo que senta na ponta da gangorra).

O analista João Mamede, da AZ Quest, resumiu bem: o mercado foi pego de surpresa na sexta ("efeito surpresa"), vendeu tudo, e agora está vendo que talvez o cenário não seja tão apocalíptico assim. Mas a cautela continua: investidores estão de olho no "risco político", que é o medo de que decisões em Brasília atrapalhem a economia.
Streaming
2. Paramount vs. Warner: Briga de Cachorro Grande 🎬🥊
Saindo da política e indo para o entretenimento (que também envolve bilhões). Imaginem uma novela das nove, mas com executivos de terno.

A Warner Bros. Discovery (dona da HBO, CNN, filmes do Batman) tinha acabado de fechar um acordo de namoro com a Netflix. Parecia tudo certo. Mas aí, na segunda-feira, a Paramount Skydance (dona da MTV, filmes do Top Gun) chegou chutando a porta com uma "Oferta Hostil".
O que é uma Oferta Hostil? É quando uma empresa quer comprar a outra, mas a diretoria da empresa que está sendo comprada não quer vender ou prefere outro comprador. Aí, a compradora vai direto nos acionistas (os donos das ações) e diz: "Eu pago mais que eles, vendam para mim!". É agressivo, é tenso, e o mercado adora.
A proposta da Paramount:
US$ 30 por ação em dinheiro vivo (nada de trocar papel por papel).
Eles alegam que isso dá US$ 18 bilhões a mais para os acionistas do que a oferta da Netflix.
O resultado? As ações da Paramount subiram quase 5%, e as da Warner também subiram (afinal, ela está sendo disputada). Já a Netflix caiu. Isso mostra como o setor de streaming virou um campo de batalha onde só os gigantes sobreviverão. Para quem investe lá fora, é um setor para olhar com carinho e pipoca.
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Nacional
3. "O Brasil é a Bola da Vez" (diz o Gringo) 🌎🇧🇷
No meio dessa confusão, é bom ouvir alguém de fora elogiando a gente. Bernard Mensah, presidente da área internacional do Bank of America (BofA), deu uma entrevista dizendo que o Brasil está "muito bem posicionado".

Sabe quando a gente reclama do calor, mas o turista gringo acha o máximo? É mais ou menos isso, mas com dinheiro.
Por que ele está otimista?
Juros caindo: A expectativa é que a taxa de juros (Selic) caia nos próximos meses.
Fluxo de dinheiro: Quando os juros caem, o investidor estrangeiro tende a tirar o dinheiro da Renda Fixa (que paga menos) e colocar na Bolsa (Ações), buscando mais retorno. Mensah acredita que esse dinheiro vai voltar para cá.
Energia Verde: O mundo precisa de energia limpa e barata, e o Brasil é rei nisso.
O conceito chave aqui: Rotation (Rotação). É o movimento dos grandes fundos globais tirando dinheiro de mercados caros (como EUA, talvez) e colocando em mercados "baratos" e com potencial (Brasil).
Ele também minimizou o medo das eleições de 2026. Segundo ele, investidor global olha "fundamentos" (se a empresa dá lucro, se a economia cresce), e não se desespera com cada fofoca política. Uma lição de frieza que nós, latinos passionais, às vezes precisamos aprender.
Criptomoedas
4. Bitcoin e a Esperança do Fed 🪙🚀
Se a bolsa tradicional anda de lado, o mundo cripto está soltando fogos. O Bitcoin (BTC) superou os US$ 91.000.

Dois combustíveis estão empurrando esse foguete:
A "Super Quarta": Amanhã tem decisão de juros nos EUA (o tal do FOMC). O mercado aposta que o Fed (o Banco Central deles) vai cortar os juros porque o desemprego lá aumentou um pouco. Juro baixo nos EUA = Dólar mais barato = Investidores tomando mais risco (comprando Cripto).
Michael Saylor: A empresa dele, a Strategy, comprou mais 10.624 bitcoins por quase US$ 1 bilhão. Esse cara é conhecido como uma "baleia" (investidor gigante) e, quando ele compra, todo mundo se anima.
Curiosidade: O valor de mercado de todas as criptomoedas somadas bateu US$ 3,21 trilhões. Isso é muito dinheiro. É maior que o PIB do Brasil inteiro.
Para quem é leigo: o Bitcoin está se comportando cada vez mais como um ativo que reage aos juros americanos. Se o dinheiro fica barato nos EUA, o Bitcoin sobe. Se o dinheiro fica caro, ele sofre. Por enquanto, a maré está boa.
Queda
5. Nova York no Vermelho e a Culpa dos Treasuries 🇺🇸📉
Enquanto o Brasil subiu um tiquinho, os EUA caíram. Dow Jones: -0,45%, S&P 500: -0,35%. O vilão tem nome difícil: Treasuries.

Aula Rápida: Treasuries são títulos da dívida pública dos EUA. É o investimento mais seguro do mundo (teoricamente). Quando o governo americano precisa de dinheiro, ele emite esses papéis e paga juros para quem compra.
O problema: O rendimento (os juros) desses títulos subiu ontem. A taxa de 10 anos bateu quase 4,20%. Pense comigo: se você pode ganhar 4,20% em dólar, garantido pelo governo dos EUA, sem risco nenhum... para que você vai arriscar seu dinheiro comprando ações de empresas de tecnologia que podem cair amanhã?
Quando o rendimento dos Treasuries sobe, a bolsa americana cai. É uma gangorra clássica. Além disso, o mercado está com medo de que o Fed corte os juros agora, mas pare de cortar em breve, mantendo as taxas meio altas até 2026. Isso tira o sono de Wall Street.
Tecnologia
6. Airwallex: O Unicórnio que fala Português 🦄💳
Uma notícia boa para o ecossistema de tecnologia. A fintech australiana Airwallex levantou US$ 330 milhões e agora vale US$ 8 bilhões.

Eles operam no Brasil e ajudam pequenas e médias empresas a fazerem pagamentos internacionais sem a dor de cabeça (e as taxas abusivas) dos bancões tradicionais. Sabe aquela burocracia para pagar um fornecedor na China ou receber de um cliente nos EUA? Eles resolvem isso.
Por que isso importa? Mostra que, mesmo com juros altos no mundo, ainda tem muito dinheiro de Venture Capital (Capital de Risco) procurando boas empresas. A Airwallex já fatura mais de US$ 1 bilhão por ano. O CEO deles no Brasil, Fernando Torres, disse que a América Latina é crucial para o futuro do banco global. Ou seja: o Brasil não é só agro, é tech também.
Fraude
7. O Pesadelo da Ambipar e a Lupa da CVM 🕵️♂️📉
Para encerrar, uma história de terror para lembrar que bolsa não é cassino. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que é a "polícia" da bolsa, retomou as investigações sobre a Ambipar.

O caso: Em 2024, as ações da Ambipar subiram mais de 800% em poucos meses. A CVM achou estranho. A suspeita é que os controladores e fundos ligados a eles (incluindo o Banco Master, que foi liquidado) tenham manipulado o preço da ação, inflando o valor artificialmente para usar essas ações como garantia em empréstimos.
Houve uma disputa interna na CVM sobre obrigar ou não os controladores a fazerem uma oferta pública (OPA) para comprar as ações dos minoritários. Na época, em uma decisão polêmica com voto de qualidade, eles escaparam.
O resultado hoje (2025): A ação derreteu. Caiu 97,7% no ano. Hoje ela vale R$ 0,29. Virou o que chamamos de "Penny Stock" (ação de centavos). Quem comprou no topo, acreditando na alta infinita sem olhar os fundamentos, perdeu quase tudo. A investigação agora pode virar processo de punição, mas para o investidor pequeno, o prejuízo já está feito.
Lição: Quando uma ação sobe 800% sem uma explicação muito clara nos lucros da empresa, desconfie. Como dizem no Rio: "Quando a esmola é demais, o santo desconfia".
☕Resumo da Ópera
Meus amigos, o resumo da ópera é que o mercado é um organismo vivo, bipolar e, às vezes, traiçoeiro. Começamos a semana com o coração na boca por causa de Brasília, nos acalmamos na segunda, mas o cenário externo (EUA) e os casos corporativos (Ambipar) nos lembram que risco é a palavra de ordem.
O Brasil tem tudo para dar certo (como disse o amigo do Bank of America), mas precisa parar de tropeçar nos próprios cadarços políticos. Para você, investidor pessoa física, a regra de ouro continua a mesma: diversificação e sangue frio. Não se empolgue com altas de 800% e não se desespere com quedas de 4%.
Como diria o lendário gestor Luis Stuhlberger, do Fundo Verde:
"O segredo de sobreviver no mercado financeiro brasileiro não é ser o mais inteligente, é ser o que aguenta desaforo por mais tempo sem fazer besteira."

Luis Stuhlberger é um renomado gestor de fundos de investimentos brasileiro e o fundador da Verde Asset Management.



