Resumo de hoje:

  • ☕ Humor dos mercados: o dia em que todo mundo respirou (por enquanto)

  • 🏦 O BC brasileiro e o freio de mão puxado

  • 🇧🇷🤝🇺🇸 Tarifaço em debate: Lula e Trump jogando pôquer diplomático
    🏪 Varejo acordando devagar (e com olheiras)

  • 💀 A tragédia do metanol e a economia informal

  • 🌍 FMI e o Brasil: a matemática que não fecha

  • 🏭 Empresas apertando o cinto: Nestlé e os alertas dos EUA

Ontem o mercado respirou aliviado: o S&P 500 subiu 0,40%, o Ibovespa acompanhou com +0,65%, e o dólar recuou a R$5,46. O clima mais leve veio dos sinais de trégua comercial entre EUA e China — o clássico “morde e assopra” do governo Trump — e animou investidores mundo afora. Por aqui, o Banco Central manteve o tom cauteloso: o diretor Nilton David destacou que a inflação vem cedendo, mas devagar, enquanto o crédito segue retraindo e o IBC-Br confirma desaceleração da economia. Já o governo tenta negociar com os EUA para aliviar o tarifaço, em meio a um cenário doméstico de varejo ainda fraco (+0,2% em agosto) e tragédias como os 41 casos de intoxicação por metanol, símbolo cruel da informalidade e da falta de fiscalização.

Lá fora, o FMI jogou luz sobre o peso crescente da dívida brasileira — que pode chegar a 91% do PIB já em 2025 — e acendeu o alerta: sem ajuste fiscal, o juro alto continuará sendo o “freio de mão” mais caro do mundo. Enquanto isso, a Nestlé anunciou o corte de 16 mil funcionários e os EUA observam aumento de calotes no crédito, sinais de uma economia global enfraquecida. No fim das contas, o Brasil continua dirigindo o carro da economia com um pé no acelerador e outro no freio: o governo tenta estimular o crescimento, o BC tenta conter a inflação, e o tanque da confiança segue no meio.

Apresentado por EngagED
☕ Lucro das gigantes da educação dispara quase 2.900% em 2024

Em meio a um cenário turbulento, dólar em alta, bolsa nervosa e investidor à base de antiácido, um setor passou praticamente imune à crise: o da educação. De acordo com levantamento da Exame, as maiores companhias do setor viram o lucro saltar quase 2.900% em 2024. Isso mesmo: enquanto boa parte do mercado cortava custos e enxugava equipes, grupos como Cogna, Ânima e Yduqs apresentaram resultados recordes. O trunfo dessa virada? Digitalização, receita recorrente e modelo de assinatura, que transformaram o ensino em um negócio escalável, previsível e, claro, muito lucrativo.

Essas empresas entenderam que o jogo da educação mudou: não basta mais ter alunos, é preciso ter uma máquina de relacionamento, um ecossistema que fideliza, monetiza e transforma conteúdo em comunidade.

E é exatamente aí que entram plataformas como a EngagED. A tecnologia foi feita para infoprodutores e mentores que querem escalar com profissionalismo, criando áreas de membros personalizadas, com a cara da sua marca, checkout que converte até mais, e I.A. que faz vendas, assinaturas e recuperação de matrículas. É o bastidor de quem cresce de forma previsível.

A Future Law, por exemplo, usou a EngagED para estruturar seus produtos digitais e viu o faturamento saltar +300% em poucos meses. É o tipo de resultado que mostra como estrutura e tecnologia são os novos diferenciais competitivos.

Se você ensina, treina ou vende conhecimento, e quer transformar isso num ativo de alto valor, clica aqui para solicitar um teste grátis.

☕ 1. O humor dos mercados: o dia em que todo mundo respirou (por enquanto)

Ontem o mercado financeiro amanheceu como quem acorda depois de uma ressaca e diz: “Hoje eu vou me comportar.” O S&P 500 subiu 0,40%, o Ibovespa pegou carona e avançou 0,65%, e o dólar caiu 0,13%, fechando em R$5,46. Pra completar, os juros de longo prazo (jan/2029) também deram uma aliviada, cotados a 13,3%.

Ou seja: todo mundo se animou um pouquinho. 🎉

O motivo? O governo dos Estados Unidos deu uma trégua no “bate-boca tarifário” com a China. O secretário do Tesouro fez declarações mais suaves, o famoso “morde e assopra” da diplomacia americana. Enquanto o Trump morde o microfone, o Tesouro vai lá e passa pomada. 💅

O mercado global, que anda com o emocional de quem terminou um namoro, reagiu bem à ideia de que o embate comercial pode esfriar. Afinal, menos tarifa significa menos custo e mais previsibilidade, duas palavras que o investidor ama mais do que café e planilha.

🏦 2. O BC brasileiro tenta explicar o freio de mão puxado

Enquanto o clima lá fora melhorava, o Banco Central brasileiro tentava justificar por que continua pisando no freio com força. O diretor de política monetária, Nilton David, disse ontem que as expectativas de inflação estão caindo, mas “não tão rápido quanto gostaríamos”.

Traduzindo pro português claro: Estamos conseguindo controlar os preços, mas ainda tem muito boleto vindo no fim do mês. Não é fácil controlar a inflação enquanto o governo gasta mais do que arrecada na ordem de R$ 1 trilhão por ano (déficir nominal).

O Relatório Focus, divulgado semanalmente pelo BC, mostra que o mercado espera inflação menor. Já o próprio BC fala em PIB crescendo 2% em 2025 e 1,5% em 2026. Parece pouco, mas é o que dá pra fazer quando o juro ainda está mais alto que o Monte Everest. 🏔️

Nilton também lembrou que a política monetária está funcionando: crédito retraindo, atividade desacelerando e o IBC-Br (espécie de “prévia do PIB”) já mostrando um ritmo mais lento. Tudo dentro do script de quem tenta reduzir inflação sem quebrar o carro.

Só que o problema é que, quando o BC pisa no freio, o governo pisa no acelerador com gasto público. E o resultado, como veremos, é o carro patinando no meio da subida, gastando mais gasolina e mais pastilha de freio. 🚗💨

🇧🇷🤝🇺🇸 3. Tarifaço em debate: Lula e Trump jogando pôquer diplomático

Do outro lado da Esplanada, o Itamaraty acordou cedo pra discutir tarifas em Washington. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reuniu com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, pra tentar aliviar o clima comercial entre os países.

Pra lembrar: Lula e Trump tiveram uma conversa por telefone no dia 6 de outubro, destravando o impasse que impedia o avanço das negociações. Foi tipo aquele casal que passa semanas sem se falar e de repente resolve conversar “pra ver se ainda tem jeito”. 📞💔

O tema principal? O tarifaço americano sobre produtos brasileiros. A ideia é renegociar condições para setores como aço, alumínio e manufaturados, que perderam competitividade desde o início das tensões comerciais.

É um jogo diplomático complicado: o Brasil tenta mostrar que é parceiro estratégico, enquanto Trump ensaia uma política “America First, but not so rude”. Se der certo, pode destravar exportações e dar um fôlego pro nosso setor industrial, que anda respirando por aparelhos desde a invenção do pager.

🏪 4. Varejo acordando devagar (e com olheiras)

Depois de quatro meses de queda, as vendas no varejo subiram 0,2% em agosto, exatamente o que o mercado esperava. Nada espetacular, mas depois de tanto tempo de maré baixa, qualquer respiração já é vitória.

Nos últimos 12 meses, o setor acumula alta de 2,2%, e 1,6% no ano. O problema é que o ritmo é bem menor do que o início de 2024, quando o consumo parecia ganhar força.

O que está acontecendo? 🤔

  • Juros altos ainda seguram as compras parceladas;

  • Famílias estão mais cautelosas;

  • E boa parte da renda extra que veio com reajustes salariais e restituição do IR já evaporou.

Em outras palavras: o brasileiro está escolhendo entre o churrasco do fim de semana e o cartão de crédito do mês. E, sinceramente, o churrasco está perdendo. 🥩💳

💀 A tragédia do metanol: economia informal e saúde pública

No meio das manchetes econômicas, uma tragédia econômica e humana: o Brasil já tem 41 casos confirmados de intoxicação por metanol, com 8 mortes, todas em São Paulo.

O que isso tem a ver com economia? Tudo. Porque o metanol, que é um álcool industrial usado em combustíveis e produtos de limpeza, vem sendo usado ilegalmente pra falsificar bebidas — o famoso “pinga que cega”.

A Polícia Civil destruiu mais de 100 mil garrafas em um galpão clandestino, e já há casos em 8 estados. Isso escancara o tamanho da economia informal no país: enquanto uns discutem metas fiscais, outros morrem por causa de um sistema que não fiscaliza direito nem o que chega na prateleira.

No fundo, esse tipo de episódio mostra que crescimento sem estrutura institucional é igual a empilhar castelo de areia em dia de vento. A economia precisa de regras, fiscalização e investimento, não só PIB.

🌍 FMI e o Brasil: a matemática que não fecha (e o freio gasto)

O FMI jogou um balde de água fria nas contas do governo. Segundo o relatório divulgado ontem, a dívida pública brasileira deve chegar a 91% do PIB em 2025, contra 87% no ano passado, podendo alcançar 98% em cinco anos.

“Mas o BC diz que é 77%, quem tá certo?” Depende da régua.
O FMI conta os títulos públicos que estão na carteira do BC; o nosso Banco Central não. É como discutir o peso subindo na balança, um conta o cinto, o outro não.

O problema é que, independentemente da conta, o número só sobe. E com juros altos, o custo da dívida é brutal: o déficit nominal, que inclui juros, passa de 8% do PIB, contra média de 6% nos emergentes.

E aí entra o dilema que expliquei lá atrás: Quanto mais dívida, mais difícil controlar inflação com juros. E quanto mais juros, mais dívida.

É o círculo vicioso brasileiro, onde o ajuste fiscal e o monetário se empurram como dois surfistas tentando pegar a mesma onda. 🏄‍♂️

Sem ajuste de gasto, o Banco Central tem que fazer o serviço sujo — e o país paga o preço com crédito caro, consumo travado e investimento tímido.

🏭 Empresas apertando o cinto: o caso da Nestlé e os alertas dos EUA

A gigante Nestlé anunciou ontem que vai cortar 16 mil funcionários no mundo inteiro como parte de um esforço pra reduzir custos e tentar manter margens de lucro em meio à desaceleração global. 🍫✂️

O movimento acendeu um alerta sobre reestruturações corporativas que vêm acontecendo em vários setores. Quando até empresas “defensivas”, como alimentos, começam a demitir, é sinal de que a demanda global está enfraquecendo e que as margens estão no osso.

Lá fora, o mercado de crédito americano também deu sinais de stress: aumentaram os casos de default (calote) em empréstimos corporativos e cartões de crédito, e isso preocupa o Fed.

Enquanto isso, o Trump, agora mais diplomata do que nunca (ou tentando parecer), afirmou que quer “resolver a Rússia” depois do cessar-fogo em Gaza. Ou seja: mal termina uma crise e já abre o Excel pra próxima. 🧮🌍

No fundo, tudo se conecta: o mundo tentando evitar recessão, os governos tentando gastar mais pra estimular, e os bancos centrais tentando gastar menos pra conter inflação. O resultado é o mesmo dilema que temos aqui: todo mundo com o pé no freio e no acelerador ao mesmo tempo.

☕ Conclusão: o Brasil e o carro automático da economia

O Brasil vive hoje o dilema do carro automático que tenta subir ladeira com o freio de mão puxado. De um lado, o governo quer acelerar pra gerar crescimento e emprego.
Do outro, o Banco Central puxa o freio pra conter a inflação e segurar o câmbio.

O problema é que ninguém está coordenando o movimento e o motor começa a chiar.

O mercado até comemora quando vê alívio temporário, mas sabe que o carro ainda precisa de revisão: fiscal, tributária e produtiva. Sem isso, continuamos trocando a pastilha de freio enquanto o tanque seca.

O lado bom? Temos boas peças: um setor externo robusto, bancos sólidos, reservas internacionais elevadas e uma população criativa.
Mas falta direção, literalmente. 🚗🇧🇷

🖼️ Quer anunciar para os nossos mais de 26 mil leitores? É só clicar aqui.

Até mais tarde!

Confira também

No posts found