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Na notícia de hoje:

🛑 O Grande Bloqueio: INSS trava milhões e o Banco Master entra na mira.

🎢 Montanha-Russa Eleitoral: O mercado, Flávio Bolsonaro e o nervosismo de 2026.

🐢 A Paciência do Banco Central: Por que os juros continuam nas alturas (15%)?

🇺🇸 Partiu Nova York: As empresas brasileiras fazendo as malas para a bolsa americana.

💰 O Clube do Trilhão: Itaú Private bate recorde e a nova cara da riqueza no Brasil.

🦅 Wall Street em Compasso de Espera: Emprego, Fed e a ansiedade americana.

🏛️ O Futuro do Dinheiro: Trump, o Fed e a análise de Mohamed El-Erian.

Olá, meus caros, aquele abraço carioca para vocês! Imaginem a economia como um domingo de sol no calçadão de Copacabana, onde, apesar da aparência otimista de mar azul e exercícios, quem conhece o Rio sabe que não se pode distrair, pois num minuto você toma água de coco e no outro precisa desviar de perigos repentinos ou tempestades de verão. O mercado financeiro é exatamente essa mistura de oportunidades e "caroços de angu" e, nesta edição, vamos conectar pontos que afetam seu bolso: começaremos com uma confusão envolvendo aposentados e um banco em liquidação, passaremos pela volatilidade política que já precifica as eleições de 2026 e terminaremos nos Estados Unidos, onde as decisões sobre o dólar mudam a temperatura global. Então peguem seu café ou mate gelado e venham entender esse enredo, porque o buraco é mais embaixo.

Liquidação

1. O INSS e o "Mestre" dos Magos (O Caso Banco Master) 🛑

Começamos com um caso de polícia que virou caso econômico. Vocês sabem o que é o empréstimo consignado, certo? É aquele crédito descontado direto na folha de pagamento, muito comum para aposentados. É considerado o "filé mignon" do crédito porque o risco de calote é baixo (o governo desconta antes do dinheiro cair na conta).

Pois bem, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) precisou agir como um "VAR" rigoroso e anulou a jogada. O instituto bloqueou R$ 27 milhões que seriam descontados dos velhinhos. O motivo? O Banco Central decretou a liquidação (o encerramento forçado) do Banco Master.

O que aconteceu? O Banco Master entrou numa crise de liquidez severa (falta de dinheiro vivo para honrar compromissos) e cometeu o que o regulador chamou de "graves violações". O INSS, percebendo a fumaça, cortou o repasse para proteger o dinheiro dos aposentados. Havia relatos de cobranças indevidas, empréstimos que as pessoas não reconheciam e uma dificuldade homérica para cancelar contratos.

A lição econômica: Isso nos ensina sobre Risco de Contraparte e regulação. Mesmo em operações "seguras" como o consignado, se a instituição financeira na outra ponta não for sólida ou ética, o sistema todo sofre. O bloqueio é uma medida de "torniquete": estanca a sangria para que a apuração seja feita. Para você, que não é do mercado, fica o alerta: instituição financeira precisa ter reputação e solidez. Quando o Banco Central intervém, é porque a coisa ficou feia de verdade.

Volatilidade

2. O Juros Futuro e o Fantasma de 2026 🎢

Agora, vamos sair do micro (o empréstimo do aposentado) para o macro (os juros do país). O mercado financeiro brasileiro tem uma característica muito peculiar: ele sofre por antecipação. É como aquele torcedor que chora o rebaixamento na terceira rodada do campeonato.

Recentemente, os Juros Futuros (que são a aposta do mercado de quanto vai custar o dinheiro lá na frente, em 2027, 2029, 2031) deram um salto. O motivo? Política.

O anúncio da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro à presidência em 2026 gerou um "estresse". As taxas subiram cerca de 0,3 ponto percentual em horas. Mas por que o mercado fica nervoso com isso?

Incerteza: O mercado ama previsibilidade. A entrada de Flávio bagunçou o cenário que desenhava Tarcísio de Freitas (Governador de SP) como o candidato natural da direita, alguém visto como mais técnico e fiscalista.

Polarização: O medo é que uma disputa Lula x Flávio traga menos discussão econômica séria e mais populismo fiscal (gastar dinheiro para ganhar voto) de ambos os lados.

O Alívio: A temperatura baixou um pouco quando a Câmara avançou com o "PL da Dosimetria" (uma espécie de anistia moderada para o 8 de janeiro). O mercado leu isso como um sinal de que Flávio poderia recuar da candidatura em troca dessa anistia para o grupo político, abrindo caminho de volta para Tarcísio.

É uma novela, meus amigos. E cada capítulo dessa novela custa caro. Quando o juro futuro sobe, fica mais caro para a empresa comprar máquina, para você financiar a casa e para o governo rolar a dívida. A volatilidade política é o imposto invisível que pagamos.

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Selic

3. A Paciência do Banco Central (Selic a 15%) 🐢

Nesse cenário de mar revolto político, o nosso Banco Central (BC) tem atuado como aquele tio experiente que não corre quando começa a chover: ele apenas abre o guarda-chuva devagar.

O Comitê de Política Monetária (Copom) iniciou sua reunião para manter a taxa básica de juros, a Selic, no patamar salgado de 15%.

Marcelo Ferman, um gestor importante da Parcitas Investimentos, resumiu bem a ópera: o BC não pode reagir a cada grito político. O trabalho deles é olhar os fundamentos. E o fundamento diz o seguinte:

As condições para cortar juros no futuro (2026) estão se formando.

Mas, se o cenário político de 2026 virar uma "guerra fiscal" (candidatos prometendo gastar o que não têm), o ciclo de cortes pode ser abortado.

Conceito para levar para casa: Política Monetária (o que o BC faz com os juros) tem um atraso, um "lag". O juro de hoje afeta a inflação de daqui a 12 ou 18 meses. Por isso, o BC precisa ser frio. Se ele reagir ao humor do Flávio Bolsonaro ou do Lula hoje, ele desestabiliza a economia de 2027. A estratégia é: "Vagarosamente reduzir", sem movimentos bruscos, a não ser que o dólar exploda.

IPOs

4. Adeus, B3? O Êxodo para Nova York 🇺🇸

Lembra que falei dos juros a 15% aqui no Brasil? Pois é, juro alto na renda fixa é ótimo para quem poupa, mas é veneno para a Bolsa de Valores. O investidor pensa: "Para que vou arriscar meu dinheiro comprando ações de uma empresa se o governo me paga 15% garantido?"

Resultado: O mercado de IPOs (Oferta Pública Inicial de Ações - quando uma empresa estreia na bolsa) no Brasil secou. Estamos há quatro anos numa "entressafra".

Mas as empresas brasileiras precisam de dinheiro para crescer. A solução? Pegar o avião para Nova York.

Grandes nomes como PicPay, Agibank e Moove (da Cosan) estão arrumando as malas para lançar suas ações nas bolsas americanas (Nasdaq ou NYSE), e não na nossa B3.

Por que os EUA?

Liquidez: Lá tem muito mais dinheiro circulando. Para uma oferta de US$ 500 milhões (quase R$ 3 bi), o mercado americano absorve brincando.

Valuation (Valor de Mercado): As empresas, especialmente de tecnologia e financeiras (fintechs), conseguem ser vendidas por preços melhores lá fora. Os gringos pagam "múltiplos" mais altos.

Banqueiros de investimento, como o pessoal do Bank of America e do Bradesco BBI, já avisaram: a retomada dos IPOs brasileiros vai acontecer, mas o palco será os Estados Unidos. O Brasil, infelizmente, ficou para o "segundo tempo", talvez só em 2027, quando (e se) os juros caírem de verdade. É o nosso capital produtivo buscando oxigênio onde o ar é mais rarefeito.

Gestão

5. O Clube do Trilhão (Itaú Private) 💰

Enquanto as empresas buscam dólares, os super-ricos brasileiros também mudaram de estratégia. O Itaú Private atingiu a marca histórica de R$ 1 trilhão (sim, com T de Tatu) em ativos sob gestão.

O que isso nos conta sobre a economia, além do fato de que tem gente com muito dinheiro? Nos conta sobre sofisticação e medo.

Globalização da Carteira: Antigamente, o rico brasileiro deixava o dinheiro rendendo no CDI aqui mesmo. Com as mudanças na tributação dos "fundos exclusivos" e a instabilidade local, houve uma fuga para a diversificação internacional. O Itaú cresceu oferecendo justamente essa ponte para o exterior (offshore).

Family Office: O banco parou de vender apenas "produtos de investimento" e passou a fazer "planejamento de vida" (sucessão, impostos, herança).

O dado curioso é que o "piso" para entrar nesse clube caiu. Antes precisava de R$ 15 milhões, agora com R$ 10 milhões você entra. Isso mostra que novas fortunas estão sendo criadas (agronegócio, tecnologia), mas também que os bancos precisam de escala (mais clientes) para pagar a conta da tecnologia necessária para gerir esse dinheiro todo. O dinheiro grande não aceita mais desaforo nem amadorismo; ou o serviço é global e completo, ou o cliente vai embora.

Jolts

6. Wall Street em Compasso de Espera 🦅

Vamos aterrissar agora nos Estados Unidos. O mercado lá fora fechou misto, meio de lado. Por quê? Porque todo mundo está esperando o "Godot" da economia: o Federal Reserve (Fed), o banco central americano.

Os investidores estão de olho em dois sinais vitais:

Jolts (Relatório de Vagas): Mostrou que o mercado de trabalho americano ainda está forte, mas dando sinais de normalização.

Decisão de Juros: A expectativa é de corte de juros, mas o medo é que a inflação volte.

Quando a economia americana vai bem demais (muito emprego), o Fed fica com medo da inflação e segura os juros altos. Juros altos nos EUA sugam dinheiro do mundo todo (inclusive do Brasil). Por isso, a gente torce para a economia deles esfriar "só um pouquinho" – o tal do "pouso suave". É um equilíbrio delicado.

Independência

7. O Futuro do Fed e o "Efeito Trump" 🏛️

Para fechar com chave de ouro (ou de latão, dependendo do ponto de vista), temos a cereja do bolo macroeconômico: Quem vai mandar no Fed no governo Trump?

Donald Trump deve indicar o novo presidente do Banco Central americano no início do ano que vem. O favorito é Kevin Hassett, considerado "dovish" (uma gíria de mercado para quem gosta de juros baixos, como uma pomba, em oposição ao "hawkish", o falcão dos juros altos).

A análise do mestre: Mohamed El-Erian, um dos economistas mais respeitados do mundo, escreveu um artigo brilhante sobre isso. Ele diz que o mercado pode reagir euforicamente no curto prazo ("Oba, juros baixos com o Hassett!"), mas o perigo mora no longo prazo.

Se o Fed perder sua independência e virar um braço político da Casa Branca (cortando juros para agradar o presidente e ganhar eleição, ignorando a inflação), a credibilidade do dólar e da economia americana vai para o ralo. El-Erian alerta que o Fed já está com a reputação arranhada por erros recentes de previsão. Um líder que seja apenas um "amigo do rei" pode ser desastroso numa era de Inteligência Artificial e fragmentação global. O Fed precisa de reformas, não de politicagem.

Para nós, aqui no Brasil, um Fed fraco ou errático é péssimo. Exportamos commodities, mas importamos volatilidade financeira. Se o farol do mundo (EUA) piscar errado, os navios menores (nós) podem bater nas pedras.

Resumo da Ópera

Meus caros, percebam como tudo está ligado. A fraude no Banco Master nos lembra de olhar onde pisamos. A volatilidade política de 2026 e os juros a 15% explicam por que nossas melhores empresas estão indo fazer IPO nos EUA. E essa fuga de capitais obriga os bancos aqui (como o Itaú) a se reinventarem para segurar o dinheiro dos ricos. Tudo isso sob a batuta do cenário internacional, onde o futuro do Fed pode ditar o ritmo da música por anos.

Navegar a economia brasileira (e global) não é para amadores, mas com informação correta, a gente deixa de ser passageiro e passa a ser copiloto. Mantenham a cautela, diversifiquem suas ideias (e se puderem, seus investimentos) e não entrem em pânico com as manchetes.

Para encerrar, deixo uma frase do ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, Pedro Malan, que resume perfeitamente a nossa subida do juro futuro por causa de uma eleição que nem aconteceu ainda:

"No Brasil, até o passado é incerto."

Pedro Malan é um renomado economista brasileiro, conhecido principalmente por sua atuação como Ministro da Fazenda durante os oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

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