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Resumo de Hoje:

  • 📉 O Paradoxo do PIB: Economia real pisa no freio (0,1%), mas a Bolsa estoura o champanhe e bate recorde.

  • ✂️ A Novela dos Juros (Selic): O mercado já aposta as fichas no corte da taxa em janeiro. Será que vem 0,25% ou 0,50%?

  • 🎢 Tio Sam em "Modo de Espera": Emprego forte nos EUA confunde, mas a fé no corte de juros do Fed continua.

  • 💰 A Grande Corrida dos Dividendos: Empresas anunciam R$ 68 bilhões para fugir do "leão" tributário que vem aí em 2026.

  • 🧐 Revisão do Passado: O IBGE achou um crescimento perdido no início do ano, melhorando a "herança" para 2025.

  • 🏗️ O Alerta Estrutural: Taxas de poupança e investimento no Brasil acendem a luz amarela sobre o futuro.

  • 🏭 Raio-X dos Setores: Quem segurou a onda no 3º trimestre (surpresa na indústria e no agro).

Vivemos uma semana onde a lógica do "quanto pior, melhor" reinou absoluta na Faria Lima (que tenta imitar o Leblon, mas sem mar). O PIB do Brasil veio fraco, quase parando, tipo aquele amigo que diz que "tá chegando", mas nem saiu de casa. E o mercado? Soltou fogos! A Bolsa bateu recorde e o pessoal dos juros futuros respirou aliviado. Por quê? Porque economia desaquecida é senha para o Banco Central cortar os juros logo ali na frente. Enquanto isso, as empresas estão correndo mais que arrastão em Copacabana para pagar dividendos antes que o Leão morda 10% a partir de 2026. É um cenário de "freio de arrumação", onde a gente desacelera agora para tentar não capotar na curva lá na frente.

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1. O PIB: Aquele freio de arrumação necessário 📉🛑

Vamos começar pelo básico, meu patrão. O PIB (Produto Interno Bruto) é a soma de todas as riquezas que a gente produz. Se o Brasil fosse uma padaria, o PIB seria a soma de todos os pães, cafés e sonhos vendidos.

A notícia da semana é que o nosso PIB cresceu míseros 0,1% no terceiro trimestre. Para quem não é do ramo, parece péssimo, né? "Pô, economista, o país tá parando e tu tá rindo?". Calma, gafanhoto.

Na economia, às vezes você precisa tirar o pé do acelerador para o motor não fundir. O motor fundindo, na nossa analogia, chama-se Inflação. O Banco Central (o guardião da moeda) subiu os juros lá no teto justamente para esfriar a economia. E, olha só: funcionou!

O economista Leonardo Costa, lá do ASA, mandou a real: esse 0,1% confirma que a gente está numa "desaceleração gradual". É como se o carro estivesse diminuindo a velocidade antes de parar no sinal vermelho, sem dar aquela freada brusca que joga todo mundo no para-brisa. Mesmo com o governo injetando uma grana forte via precatórios (uma dívida que o governo paga na justiça), a economia não explodiu de crescer. Isso mostra que o remédio amargo dos juros altos está fazendo efeito, tirando a força (o ímpeto) dos setores cíclicos.

Por que isso é bom pro mercado? Porque se a economia esfria, a inflação tende a baixar a guarda. E se a inflação baixa, o Banco Central pode, finalmente, pensar em cortar os juros. É o famoso "perder um dedo para salvar os anéis". 💍

2. Ibovespa na Estratosfera: A festa dos 164 mil pontos 📈🎉

Mermão, se a economia real tá andando de lado, a Bolsa de Valores (o Ibovespa) botou o tênis de corrida e disparou. Batemos recorde duplo: passamos dos 164 mil pontos!

Aí você me pergunta: "Mas economista, isso não é contraditório? A economia tá ruim e a bolsa tá boa?".

Excelente pergunta! O mercado financeiro não olha pro "agora", ele olha pro "amanhã". O mercado é aquele cara ansioso que compra o ingresso do Rock in Rio um ano antes.

Quando saiu o dado de que o PIB foi fraco (0,1%), os investidores pensaram: "Opa! Economia fraca = Juros caindo em breve". E juros caindo é música para os ouvidos da Bolsa.

A lógica é simples:

  1. Juros altos (Renda Fixa) são o concorrente da Bolsa. Se eu posso ganhar 13% parado no banco sem risco, pra que vou arriscar na ação da Petrobras?

  2. Quando a perspectiva dos juros cai, a Renda Fixa fica menos atraente.

  3. A galera pega o dinheiro da Renda Fixa e joga na Bolsa.

  4. A Bolsa sobe.

Foi exatamente isso que aconteceu. Tivemos uma valorização de 1,67% na sessão, fechando na máxima histórica. Até o Marcos Peixoto, gestor da XP Asset, confessou que ficou surpreso. Ele disse que, apesar da bolsa seguir a tendência lá de fora, o Brasil performou melhor que outros emergentes. E olha que nem tivemos um motivo bombástico específico, foi só essa sensação gostosa de que os juros vão cair. O tal do "valuation" (o preço justo das ações) ficou mais atrativo.

Então, meu amigo, o Ibovespa tá que nem o bondinho do Pão de Açúcar: só subindo e com uma vista linda lá de cima. 🚠

3. A Aposta de Janeiro: Corta ou não corta? ✂️💸

Agora vamos falar do assunto que domina as mesas de bar da Faria Lima: a Selic (nossa taxa básica de juros).

Com esse PIB "chocho", o mercado de juros futuros (onde a galera aposta quanto vai estar os juros lá na frente) deu uma relaxada monstra. As taxas para 2027 e 2029 caíram. Isso é sinal de que a tensão diminuiu.

No mercado de "opções digitais" (que é basicamente um cassino sofisticado de probabilidades), a chance do Banco Central começar a cortar os juros já em janeiro subiu de 39% para 40%. E a chance de eles manterem a taxa parada em 15% (Deus nos livre) caiu.

Tem gente até mais otimista, apostando que o corte pode ser de 0,5 ponto percentual (20% de chance).

Imagina que a Selic é a temperatura do ar condicionado do escritório. Tá congelando (juros altos). O chefe (Banco Central) tava irredutível. Mas agora que ele viu que o pessoal tá começando a tremer de frio (PIB fraco), a galera tá apostando alto que ele vai pegar o controle remoto em janeiro e aumentar um pouquinho a temperatura pra ficar mais agradável.

Essa expectativa de "afrouxamento monetário" (termo chique para juros menores e mais dinheiro na praça) é o combustível que tá fazendo a bolsa subir. É a luz no fim do túnel da Linha 4 do metrô! 🚇

4. Tio Sam e o tal do "Pouso Suave" 🦅🇺🇸

Não dá pra falar de economia brasileira sem olhar para o nosso vizinho rico do norte, os Estados Unidos. O que acontece lá impacta diretamente o preço do seu pão na chapa aqui.

Lá na terra do Mickey, os dados de desemprego vieram baixos (o menor desde setembro de 2022). Isso, em tese, seria ruim para os juros de lá (porque economia forte = inflação). MAS... o mercado americano está convicto de que o Federal Reserve (o Banco Central deles, o Fed) vai cortar os juros na semana que vem.

Os analistas do BMO Capital Markets disseram que o mercado de títulos públicos americanos (os famosos Treasuries) entrou em "modo de espera". É tipo quando você tá esperando o resultado do exame: ninguém faz nada brusco até ter certeza.

Por que isso importa pra você, carioca da gema? Se os juros lá nos EUA caem, o dólar tende a ficar menos valorizado frente ao real, porque os investidores tiram o dinheiro de lá (que está pagando menos) e trazem pra cá (onde os juros ainda são altos). Isso ajuda a controlar a nossa inflação e dá mais espaço para o nosso Banco Central cortar os juros aqui também.

O índice Nasdaq (das empresas de tecnologia) subiu, puxado por essa fé no corte de juros. É uma dança sincronizada: lá fora a música toca, e aqui a gente tenta acertar o passo. 💃🕺

5. A Farra dos Dividendos: A corrida do ouro antes da taxa 💰🏃‍♂️

Rapaz, essa aqui é digna de roteiro de filme. Sabe quando anunciam que a cerveja vai aumentar de preço amanhã e todo mundo corre pro mercado pra encher o carrinho hoje? É exatamente isso que as empresas brasileiras estão fazendo, mas com Dividendos.

O governo aprovou uma lei (sancionada pelo Lula) que vai taxar em 10% os dividendos a partir de 2026. Hoje, dividendos são isentos de Imposto de Renda. O que as empresas fizeram? "Bora distribuir tudo agora, patrão!"

O BTG Pactual calculou que as empresas da B3 anunciaram cerca de R$ 68 bilhões em proventos desde novembro. É dinheiro pra caramba! Desse total, uns R$ 35 bilhões são dividendos "extraordinários" (aquele bônus que não estava previsto).

Quem tá pagando a conta do bar?

  • Itaú: R$ 23,4 bilhões (o gerente ficou maluco!).

  • Vale: R$ 15,3 bilhões.

  • Petrobras: R$ 12,1 bilhões.

A regra é clara: se a empresa declarar o dividendo até 31 de dezembro, ela escapa da nova mordida do Leão, mesmo que só pague a grana lá em 2026, 2027 ou 2028. É a famosa "pedalada" legalizada (no bom sentido tributário, claro).

O BTG acha que parte dessa montanha de dinheiro vai voltar para a própria Bolsa. O acionista recebe o dividendo e, em vez de gastar tudo em água de coco, reinveste comprando mais ações. Isso ajuda a sustentar a alta do Ibovespa. É o ciclo da riqueza girando! 🔄

6. O Dólar Teimoso e o Câmbio Estável 💵🏝️

No meio dessa euforia toda de bolsa subindo e juros caindo, o Dólar ficou ali, meio de lado, fechando a R$ 5,31.

"Pô, economista, mas se tá tudo melhorando, o dólar não tinha que cair pra R$ 4,80?"

Calma, jovem. O buraco é mais embaixo. O dólar está forte no mundo todo (o índice DXY subiu). Quando a moeda americana ganha força lá fora, é difícil ela cair muito aqui, mesmo com as nossas boas notícias. É como tentar nadar contra a correnteza no Arpoador: você até avança, mas o mar te empurra de volta.

Além disso, tem a questão do fim de ano. Dezembro é mês que muita empresa manda lucro pra fora (remessa de lucros), o que faz sair dólar do país e pressiona a cotação.

Mas tem uma luz: o Marcos Weigt, do Travelex Bank, disse que a tramitação da reforma do Imposto de Renda pode ajudar a aliviar as preocupações e segurar a saída de dólares. Por enquanto, R$ 5,31 é o "novo normal". Nem muito caro pra desesperar, nem barato o suficiente pra gente ir pra Disney. O negócio é curtir Búzios mesmo. 🌞

7. O Futuro: Revisões, Famílias e o "Pêndulo Negativo" 🔮⚖️

Pra fechar nosso tour, vamos olhar pro futuro, porque passado é museu.

O IBGE, num movimento meio "Matrix", revisou os números do PIB do passado. Descobriram que a economia em 2024 e no início de 2025 foi mais forte do que a gente achava. Isso criou uma "herança estatística" (termo bonito pra dizer que já começamos o jogo ganhando de 1 a 0). Por isso, bancos como Goldman Sachs e XP revisaram a projeção do PIB de 2025 para cima, algo entre 2,3% e 2,4%.

Mas nem tudo são flores no calçadão... A Claudia Dionísio, do IBGE, soltou um alerta: o consumo das famílias tá perdendo fôlego. O endividamento está alto e o efeito dos juros altos (aquela Selic lá no teto) demora um tempo pra bater na conta do cidadão, mas agora bateu. Ela disse que "o pêndulo está pendendo para o lado negativo".

A poupança do brasileiro está baixa (14,5% do PIB), o que significa que a gente tá gastando quase tudo que ganha e guardando pouco. Sem poupança, fica difícil investir e crescer de forma sustentável.

Resumo da ópera: A indústria e o agro estão segurando as pontas, mas o brasileiro médio tá com o cinto apertado. O crescimento de 2025 vai depender muito de os juros caírem logo para aliviar o bolso da galera e fazer a roda do consumo girar de novo sem depender só de auxílio do governo.

Resumo da Ópera

Meus amigos, o cenário é aquele dia de sol com algumas nuvens no Rio. Tem tudo pra dar praia, mas é bom levar um guarda-chuva só por garantia. O mercado financeiro celebrou o PIB fraco porque vê nele a semente dos juros baixos. As empresas estão enchendo o bolso do acionista de dividendos para fugir do imposto futuro. E a Bolsa, ah, a Bolsa tá rindo à toa nas máximas históricas.

Mas lembre-se: mercado sobe no boato e realiza no fato. A euforia de hoje pode virar a ressaca de amanhã se o Banco Central não entregar os cortes de juros que todo mundo tá esperando. Otimismo é bom, mas canja de galinha e cautela não fazem mal a ninguém.

Para encerrar com chave de ouro e aquela dose de sabedoria que vale mais que um Bitcoin, deixo vocês com a visão pragmática do gestor Marcos Peixoto, da XP, que resumiu bem o momento atual em sua carta mensal:

"O momento é bom. Os resultados do terceiro trimestre foram, de forma geral, positivos e não vemos nenhum motivo para a bolsa realizar. É fato que o 'valuation', com esse nível atual de juros, já está mais apertado... mas para termos uma alta ainda mais relevante, vamos precisar de um fechamento [queda] de juros."

Ou seja: a festa tá boa, mas pra ficar ótima, o DJ (Banco Central) precisa trocar a música e baixar o som dos juros.

Marcos Peixoto é gestor de renda variável da XP Asset Management responsável por liderar estratégias de fundos de ações da casa, com trajetória que inclui passagens por instituições como Itaú Asset Management e pelo banco BBM.

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Até amanhã!

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